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segunda-feira, fevereiro 17, 2014

Gordo View #2 Gone Home

Olá pessoal aqui é o LP e hoje falarei sobre Gone Home. A primeira afirmação que posso fazer é: Admito que errei, julguei e fui para o jogo cheio de preconceitos e mimimi por ele ter ganho vários prêmios de jogo do ano de 2013, o jogo obviamente me deu alguns tapas na cara e me colocou no meu lugar me mostrando quão bom e bonito pode ser um jogo onde você tem controles simples e uma ótima história.







DADOS DO JOGO.

Gone Home foi criado pela Fullbright Company, a companhia que foi fundada por Steve Gaynor, Karla Zimonja e Johnnemann Nordhagen, todos eles trabalharam juntos na 2K Games fazendo o DLC “Minerva’s Den” para o jogo Bioshock 2. O compositor do jogo é Chris Remo, que começou sua carreira como jornalista e trabalhou em diversos projetos em jogos eletrônicos, inclusive ele foi um dos co-autores de The Cave junto de Ron Gilbert.

Gone Home é um Adventure, poderiamos dizer que ele é um First Person Adventure onde você é Kaitlin Greenbriar que após 1 ano afastada da família por causa de um tour pela Europa, ela chega na nova casa da família em 01:15AM do dia 07 de junho de 1995 apenas para encontrar a casa vazia. E aí que o jogo começa, você precisa saber o que aconteceu com seus pais e sua irmã, vasculhando essa casa que Katie não conhece ainda.

GAMEPLAY
Logo que você toma o controle do personagem você já é apresentado a todas as teclas e tudo o que você pode fazer. Você pode redefinir os controles, porém os básicos são os seguintes. WASD controla o movimento de Katie, ela não pode correr sendo que a velocidade dela é basicamente a de um ser humano andando tranquilamente, o botão esquerdo do mouse interage com os objetos e o direito serve para dar zoom na sua visão e também investigar os objetos que você pega utilizando o botão esquerdo. CTRL faz com que Katie agache/deite no chão. O botão “1” do teclado abre seu inventário, assim como em um adventure normal, o botão “2” abre o mapa da casa e o botão “3” abre a página de audiologs que você vai abrindo conforme joga, podendo assim, reouvir os logs sem problemas.

IMPRESSÕES
A primeira impressão que você tem do jogo é a de que ele é um daqueles jogos inspirados em Amnesia e outros jogos de terror psicológico sendo que você está andando por uma mansão velha durante uma noite de chuva forte. Posso afirmar, sem peso na consciência e sabendo que isso seria um leve spoiler, porém que não influencia no jogo, é o fato de que o jogo não possui jumpscares.

Entramos aí na parte em que muita gente discute sobre o jogo, Gone Home é ou não é um jogo eletrônico? A minha resposta é sim, acredito que Gone Home é um jogo, visto que é você que tem que decidir progredir no jogo, embora você não encontre desafios, nem monstros, nem possui perigo de morrer, é você quem decide como aquela jornada se sucede, é você quem explora a casa e descobre o que aconteceu lá. Novamente esse é um Adventure, assim como todos os adventures é a partir da vontade do jogador que o jogo continua, se você ficar parado nada acontece. Gone Home possui todos os fatores primordiais de um jogo, ele possui regras, ele possui o fator de input do jogador e ele possui um objetivo claro desde o começo. Gone Home é tão jogo quanto Stanley Parable é um jogo.

Outro fator fundamental para o jogo é sua trilha sonora e seu Voice Acting, a trilha deixa você tenso o tempo todo e dá um ar a mais nas partes onde a Sarah Grayson, dubladora da Sam, descreve o diário dela para você.
(Video de Sarah Grayson, a dubladora da Sam)

Não tem como falar muito deste jogo sem dar muitos spoilers, mas, sem mais delongas eu daria a este jogo minha nota máxima na recomendação, todas as pessoas precisam jogar Gone Home e, por favor, jogue sem tomar spoiler nenhum. Dito isso, pare de ler agora e vá jogar, volte quando você terminar, a experiência que Gone Home te traz dura no máximo 3, 4 horas porém ele vale cada centavo. Lembrando também que ele foi traduzido pela equipe do www.jogabilida.de porém você tem que fazer algumas mutretas para fazer ele funcionar, e com isso, você não tem mais desculpa para não jogar esta pérola do nosso tempo. Link de como colocar a tradução no jogo.


Gone Home recebe minha nota máxima na escala de recomendação, ele é uma experiência que todas as pessoas deveriam ter.

Vocês podem adquirir Gone Home em vários lugares, provavelmente o melhor ainda é o Steam. Segue link a seguir.

http://store.steampowered.com/app/232430/ Preço normal de 34,99R$




A partir daqui, espero que você pare de ler e jogue o jogo, começarei com a sessão de spoilers e meus pensamentos sobre o jogo, por favor, entenda que é necessário jogar Gone Home sem ter nenhum spoiler para que você tenha a total experiência com o jogo.

1995 foi a data escolhida pela Fullbright para que os acontecimentos do jogo se passem, pois, segundo eles, foi o último ano que vivemos sem influência da internet na comunicação, ou seja, toda a experiência de Gone Home poderia ter sido anulada se ela tivesse sido proposta em qualquer ano após o ano de 1999. ICQ mandou um abraço.

A primeira coisa que você provavelmente sente ao jogar Gone Home é a ambientação do jogo, a chuva pesada acompanhada da casa mal iluminada e com rangidos faz você se colocar em algum filme de terror dos anos 90 onde aquele grupo de adolescentes espertos vão para dentro de uma casa abandonada para vasculhar e, provavelmente fazer sexo, só para que eles sejam estripadas por algum assassino maluco vestido com uma máscara de hóquei.

Acredito que a parte mais importante para minha experiência com o jogo seja o fato de que eu estou saturado de experiências que são chamadas de “Over the Top” que é o fato do exagero nas narrativas, estamos tão acostumas a ver e ler e somos bombardeados de jogos onde você precisa salvar o mundo, ou então de histórias super agressivas e, ou, aterrorizantes.

A partir daqui são os spoilers de verdade, se você não leu meu aviso e continuou lendo e chegou até aqui você não tomou tantos spoilers, mas fica a dica novamente, jogue Gone Home e retorne.

Fucking creepy.
A surpresa mais legal do jogo todo é o fato de que TODA a história de Gone Home é plausível e, provavelmente, acontece o tempo todo, mesmo que um pouco diferente. Acompanhem comigo, Katie vai viajar para a Europa por algum motivo, sua família se muda para outro lugar, Sam começa a ir a uma nova escola e tem que lidar com novas pessoas e tentar fazer novas amizades, o casamento dos pais delas não está indo muito bem, o pai é um escritor frustrado, a mãe passa mais tempo no trabalho do que em casa e, durante este meio tempo Sam acaba se envolvendo em algo que, para a época, não era aceitável e visto com mal olhos por todas as pessoas.

Durante o jogo você percebe que a história é muito mais simples do que parece, eu, particularmente, acreditava que o que tinha acontecido era algo envolvendo drogas ou um assassinato ou algo bizarro assim, nunca esperaria o final deste jeito que ele me foi colocado. Chegou até a passar pela minha cabeça que a Sam teria matado os pais por causa da situação dela e depois se suicidado ou algo assim.

No jogo você descobre quase tudo o que se passa durante este ano que Katie fica longe da família, praticamente incomunicável, como eu falei, você descobre algo novo a cada cômodo da casa que você explora, sempre a procura de notas ou cartas ou jornais ou qualquer coisa que lhe fale o paradeiro real da sua família. Conforme você progride a Sam vai narrando o diário dela, explicando cronologicamente o que acontecia durante a vida dela nesse ano que Katie ficou afastada.

PERSONAGENS E UM APANHADO DAS HISTÓRIAS.





Kaitlin Greenbriar, a personagem do jogo, ela é a irmã mais velha de Sam, tem 21 anos e está no segundo ano da faculdade, ela vai para Europa e fica lá por aproximadamente 1 ano, nesse meio tempo sua família se muda para uma mansão que foi herdada de um tio avô em Arbor Hill no estado de Oregon. É ela que você controla durante o jogo todo.





Samantha Greenbriar, Sam é a irmã mais nova de Kaitlin, ela tem 17 anos e estuda na Goodfellow Highschool, Sam vive uma vida difícil após seus pais se mudarem para outra cidade e ela ter que recomeçar sua vida de estudante em uma escola onde todos a conhecem como “The Psycho House Girl”, durante o jogo Sam conta sua vida em uma forma de audiolog do seu diário, ela fala como sua vida é na escola, um pouco de como é sua relação com seus pais, especialmente depois dela conhecer Lonnie Desoto. Sam vive um drama pois ela acaba se apaixonando por Lonnie e nessa jornada ela tem que se aceitar do jeito que ela é e também encarar a visão da sociedade quanto a ela ser gay. Sam é magistralmente dublada por Sarah Grayson.


Janice Greenbriar, a mãe de Sam e Katie, Janice é uma patrulheira florestal do estado de Oregon, durante os últimos meses que se passam desde a chegada da família em Arbor Hill Janice acaba sofrendo de stress por causa da pressão do trabalho dela, há indícios de que Janice possa estar traindo seu marido com um colega de trabalho, provavelmente causado pelo declínio de seu casamento com Terrence.






Terrence Greenbriar, o pai de Katie e Sam, Terrence é um escritor fracassado, fez uma pesquisa muito grande sobre JFK para poder publicar seus 2 livros, ambos foram um fracasso e com isso Terrence acabou tendo que viver com isso. A principio você tem a impressão de que Terrence é maluco, a sala de estudos dele é cheia de referências a JFK e teorias da conspiração, depois você acaba descobrindo que tudo era apenas pesquisa para o novo livro que ele estava escrevendo.




Tio Oscar, deu sua casa para Terrence Greenbriar, o pai de Katie e Sam, as evidências não deixam muito claras de como a relação de Oscar com Terrence se sucedem, porém uma delas inclui uma parte onde é dito que Terrance parou de ter contato com Oscar em 1963. Não fica claro exatamente o motivo, porém há especulação de que Oscar abusou de Terrence e esse foi o motivo dele se afastar do tio. Você acaba encontrando remédios e outras pistas que podem ter levado Oscar a até cometer suicídio.


Lonnie Desoto é a uma das alunas de Goodfellow Highschool, tem 18 anos e é a melhor amiga de Sam. Lonnie estava tentando entrar para a carreira militar, mesmo tendo suas raizes junto de bandas de punk rock e estilo de vida totalmente contrária a de um militar. Ela se apaixona por Sam e, juntas, vão participando de vários shows de punk rock pela cidade, Lonnie acaba se tornando vocalista de uma das bandas favoritas dela. Lonnie possui problemas familiares, ela vive com seu pai que é militar, a mãe dela mora na Florida.



Daniel, é o amigo de infância de Sam. Daniel era um vizinho dos Greenbriar no lugar onde eles moravam antes de Arbor Hill, Sam trata ele como o “Amigo Default” que é aquele amigo que você acaba tendo que conviver, Sam admite que acha Daniel estranho, porém ainda atura ele por causa dos jogos de videogame que Daniel tem.

HISTÓRIA.

Como falei anteriormente, a história é mais plausível e, provavelmente, existem história parecidas como a que acontece em Gone Home. Um fato curioso é que eu só joguei Gone Home hoje, exatamente no mesmo dia em que a atriz Ellen Page se declarou abertamente como sendo gay, curioso pois eu não sabia da história de Gone Home antes disso.

Conforme a história vai se desenrolando Katie descobre que Sam está tendo problemas na escola, recebendo várias advertências e isso começa a aparecer logo após Sam conhecer Lonnie, durante a história você também aprende que Sam é extremamente criativa visto em suas várias histórias de piratas e até o jeito que ela escreve um trabalho de educação sexual sobre a menstruação. Katie descobre que Sam acaba se apaixonando por outra garota e vários problemas são causados por essa situação, especialmente depois dela receber uma advertência da escola, seus pais sentam com ela e perguntam se há algo entre ela e Lonnie, Sam admite tudo e seus pais recebem a notícia com negação, querendo acreditar que tudo não passa de uma fase e que Sam apenas não encontrou o rapaz certo.

Foto da KotakuBR, also não faz parte de Gone Home.
É apenas uma foto da Ellen Page em Beyond: Two Souls.
É um dos aspectos da história de Gone Home é o fato de que ela começa em um patamar ok, onde sua família está tranquila e conforme você vai descobrindo o que aconteceu a história vai se tornando cada vez mais sombria e, chegando ao ponto de você achar que sua família se separou completamente deixando você sozinha na casa. Até o ponto que ela volta e dá uma reviravolta completa, até esse ponto o que você tinha era: O pai delas é um escritor frustrado a mãe delas sofre com stress no trabalho e pode ter traído seu marido, Sam está confusa com toda a situação da vida dela. Até o momento em que você descobre que o pai de Katie e Sam recebe um convite para trabalhar em uma nova obra, dando sequência ao romance que Terrence parou na segunda edição, você descobre que seus pais reservaram uma semana de férias em um resort durante os dias 3 até o dia 7 de junho de 1995, ou seja, você volta no mesmo dia que eles voltariam dessas férias.

É aí que temos o final do jogo, sabemos aí que Lonnie estava indo embora para seguir sua carreira militar, deixando Sam arrasada, você descobre que ela voltou a ter contato com Daniel e acaba se desculpando por ter deixado a amizade deles acabar. E, finalmente, descobre o destino final de Sam quando você consegue a chave do sótão. Sam e Lonnie estavam fazendo as despedidas na semana em que seus pais viajaram e com isso Sam acaba perdendo todos os seus recados, incluindo o último, pois ela estava no sótão e não percebeu o telefone, com isso Lonnie toma o ônibus para seguir a carreira militar dela, mas ela não conseguiu, ela para em um cidade próxima e liga para Sam, pedindo para que ela largue tudo e vá de encontro com ela para que as duas possam fugir juntas.

E é assim que Gone Home acaba, você descobre o diário de Sam e ela pede desculpas por não poder ver Katie quando ela voltou, mas que, um dia elas se reencontrarão novamente.

Eu sabia que tinham assassinatos nesse jogo D:
SENTIMENTOS

A minha experiência com Gone Home foi tensa do começo ao fim, como eu joguei sem saber nada da história, durante o jogo eu fui formulando várias teorias sobre o fim, uma mais sombria do que a outra, inclusive por diversas vezes eu esperava que algum maluco me agarrasse e me estripasse ali mesmo enquanto eu vasculhava as passagens secretas da mansão. O final do jogo realmente me pegou de surpresa e me deixou feliz e triste ao mesmo tempo, me satisfez, porem me deixou com vontade de saber o que acontece depois..

Lol, close enough
Gone Home é um jogo que me fez pensar na vida, me fez pensar e tentar me colocar no lugar dessas pessoas que vivem nessa família, tentar imaginar como deveria ser difícil ser homossexual em 1995 e como Sam deve ter sofrido para segurar essa barra. Mas, Gone Home também faz você pensar que Sam realmente é muito maluquinho, pois, em um espaço de 1 ano ela conheceu essa garota da qual ela se apaixonou loucamente e acabou deixando tudo para trás por causa dela.

Certamente Gone Home me deixou com vontade de saber o que aconteceu após isso, você acaba entendendo que os acontecimentos do jogo são como um flashback, pois não faria sentido ouvir o diário de Sam durante o jogo, então os acontecimentos do jogo, são como as lembranças de Katie conforme ela vai lendo o diário de Sam que ela achou no sótão.

É possível você se identificar com todos os personagens do jogo, pois eles são tão críveis e realísticos que você sabe que, provavelmente, existem pessoas iguais a esses personagens na vida real.

O sentimento que você tem no jogo, principalmente com os logs da Sam é de voltar para o ensino médio e tentar entender o que se passa na cabeça da Sam, acredito que, mesmo você não sendo homossexual ou até mesmo não sendo mulher, as pessoas conseguem entender e se colocar no lugar de Sam pois, todos nós já fomos adolescentes cheios de sonhos e com visões totalmente vislumbrantes da vida e do futuro e, provavelmente, todos nós já ficamos perdidamente apaixonados por pessoas, talvez não chegando ao ponto que Sam chegou, mas chegando ao ponto de pensar que aquelas pessoas pelas quais nós nos apaixonamos são sua alma gêmea.

Own <3
Do começo ao fim eu me entreguei a história dessa família, eu vasculhei todos os cantos procurando pistas do paradeiro da família e acabei me emocionando com todas partes que vieram logo após você conseguir a chave do porão da casa. É justamente naquela parte que você entende que a Sam está em apuros por ter esse sentimento que ela nunca teve antes e sabe que ela está mais confusa ainda porque ela sente isso com uma outra garota. A partir daí que a história da família vai indo precipício abaixo, até o momento em que, você realmente acredita que a Sam se suicidou pois, seus pais não aceitaram ela do jeito que ela é. E cada revelação da história te dava um tapa na cara pois, você acaba imaginando tantas coisas que você acaba deixando de lado as situações mais comuns e normais, sendo que são essas situações comuns e normais que ditam a vida dessa família. Novamente, não houve nenhuma tragédia na família mas, você não espera que a situação se resolva da maneira que se resolveu pois você já espera o pior desde os primeiros segundos de jogo.


A artista desse encarte é a mesma que fez toda a arte de Bastion
Gone Home trás uma temática e uma crítica a sociedade em geral, até onde nós vamos continuar tratando homossexuais e afins como diferentes de nós? Trata-los como aberrações? Por que as pessoas que fazem essas escolhas ainda são vistas com todo esse estigma pela sociedade? O que é que afeta a vida das outras pessoas em saber que alguém é gay ou não? Não é difícil acreditar que alguém tenha tido escolhas semelhantes a que Sam toma no final do jogo, para fugir e tentar escapar de toda essa pressão que a sociedade nos força, especialmente em uma época delicada das nossas vidas como a adolescência.

No mais, Gone Home não me fez chorar, mas ele me deixou muito emocionado, ainda acredito que a história esteja 1 patamar atrás de To The Moon, mas Gone Home não fica assim tão atrás no fator de história emocionante.

Gone Home recebe meu <3 por ser essa experiência, essa aula de gamedesign e historytelling. Recomendado a todos.

Gone Home recebe 10/10 DE músicas de bandas indie de punk rock. 5/5 Christmas Ducks e 10/10 de experiência.


E com isso encerro o Gordo View #2, qualquer dúvida, sugestão, crítica ou qualquer coisa assim vocês podem me encontrar no twitter em www.twitter.com/FabEletronica ou enviar um e-mail para fabulaeletronica@gmail.com. 

É isso aí, fiquem com os deuses e até a próxima. <3


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